Os primeiros relatos de casos de poliomielite no Brasil foram feitos no início de 1911, em São Paulo, pelo Dr. Luiz Hoppe, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e no Rio de Janeiro, pelo Dr. Oswaldo Oliveira, do Hospital Misericórdia. A primeira descrição de um surto de poliomielite no país foi feita também, em 1911, pelo Dr. Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, e um segundo registro de surto no país, em 1917, pelo Dr. Francisco de Salles Gomes, em Americana, no Estado de São Paulo.
A luta pelo fim da pólio é liderada pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), que inclui Rotary, UNICEF, Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundação Bill & Melinda Gates, e governos do mundo, com o apoio de muitos outros ao redor do globo.
O Rotary usa as habilidades e a paixão de seus associados para conscientizar, arrecadar fundos e incentivar os governos a doarem e apoiarem os esforços de erradicação da pólio. Mais de um milhão de rotarianos ofereceram seu tempo e recursos para ajudar a erradicar a pólio.
A Fundação Bill & Melinda Gates é a maior fonte privada de financiamento do GPEI. Para cada US$ 1 doado ao End Polio Now, até US$ 50 milhões por ano, ele doa US$ 2 para a erradicação da pólio. Fornece suporte técnico e investe em pesquisas para aprimorar vacinas, vigilância e resposta a surtos da poliomielite.
Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças
O CDC emprega epidemiologistas, especialistas em saúde pública e cientistas para investigar surtos de poliomielite, identificar a cepa de poliovírus envolvida e identificar sua origem geográfica.
UNICEF
UNICEF compra vacina contra a poliomielite e administra sua distribuição. A agência divulga os benefícios da vacinação para ganhar a aceitação da comunidade. No terreno, os trabalhadores de campo imunizam as crianças com a ajuda de trabalhadores de saúde locais e voluntários.
Organização Mundial da Saúde
A OMS coordena a gestão e administração do GPEI e fornece apoio técnico e operacional aos ministérios da saúde em todo o mundo. A OMS é responsável por monitorar nosso progresso e planejamento estratégico.
Esses números mostram o progresso que fizemos contra a pólio ao longo dos anos:
– Quase 3 bilhões de crianças foram vacinadas contra a poliomielite.
– 19,4 milhões de pessoas que de outra forma teriam ficado paralisadas pela poliomielite podem andar hoje.
– 1,5 milhão de mortes infantis foram evitadas pelo fornecimento de vitamina A do GPEI – um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento saudáveis – às crianças durante as campanhas de imunização contra a poliomielite.
– Os casos de poliomielite causados pelo poliovírus selvagem foram reduzidos em mais de 99,9%.
– O número de países que notificam casos de poliomielite causada pelo vírus selvagem foi reduzido de 125 para dois.
– O Rotary investiu mais de US$ 2,2 bilhões em esforços globais de erradicação da pólio.
– O Rotary também ajudou a garantir mais US$ 10 bilhões em doações de governos para os esforços globais de erradicação da pólio.
– 122 países receberam apoio de subsídios Pólio Plus.
Se os esforços de erradicação da pólio parassem agora, em 10 anos, 200.000 crianças poderiam ficar paralisadas a cada ano.
Todos os países permanecem em risco de pólio até que a doença seja completamente erradicada do mundo. Até então, a melhor maneira de os países minimizarem o risco e as consequências da infecção da pólio é manter fortes níveis de imunidade da população por meio de alta cobertura de vacinação e forte vigilância da doença para detectar e responder rapidamente à pólio.
No Tele Pólio 2022 (https://fb.watch/glqw-wgLtV/), realizado no Brasil, no dia 15 de outubro, o Presidente do Programa Pólio Plus, Mike McGovern disse: ” estamos quase erradicando a pólio, mas não chegamos lá ainda. Tivemos ao menos 30 casos, até agora, esse ano, e isso é preocupante. Temos vacinado casos derivados, mas ainda tivemos algumas surpresas. Tivemos um caso em Nova York, tivemos casos em Moçambique, em Malawi e tivemos amostras ambientais positivas em Londres. Isso mostra que devemos estar vigilantes e que devemos manter ao apoio ao combate a pólio.
Este ano, recentemente, o IPC – Comitê Rotary da Pólio aprovaram USD 50 milhões para continuar a prover imunizantes e vigilância. E o que isso gerou , por exemplo no Paquistão? Nós patrocinamos o Dia Nacional da Imunização, onde 45 milhões de crianças foram vacinadas no Afeganistão. Nós ainda promoveremos dias de vacinação, onde mais 9,5 milhões de crianças serão vacinadas. Isto é o que manterá a pólio, de chegar no Brasil, e em outros países. Temos que ter fortes programas de imunização. Temos que erradicar a pólio, mas ainda do que tudo, temos que ter o seu apoio parta fazer isso. O objetivo de arrecadação é ambicioso. Ainda está em dois para um pela Fundação Gates. Mas as crianças do mundo merecem um planeta livre da pólio. Estamos perto e juntos podemos erradicar a pólio.’
Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), podendo infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas). Pode provocar ou não paralisia.
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser mortal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.
Sintomas:
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da poliomielite pode não ter sintomas, porém, a transmissão continua ocorrendo, pois é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.
Os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dores de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Tratamento:
Como em muitas infecções virais, não há tratamento específico para a doença, mas alguns cuidados são indispensáveis para controlar as complicações e reduzir a mortalidade. Dentre eles:
– repouso absoluto nos primeiros dias para reduzir a taxa de paralisia;
– mudança frequente de posição do paciente na cama, que deve ter colchão firme e apoio para os pés e a cabeça;
– tratamento sintomático da dor, da febre e dos problemas urinários e intestinais;
– atendimento hospitalar nos casos de paralisia ou de alteração respiratória;
– acompanhamento ortopédico e fisioterápico.
Medidas de prevenção:
– a falta de saneamento básico e de medidas adequadas de higiene são a principal causa de transmissão do vírus da poliomielite;
– a má qualidade da água utilizada para consumo e alimentos preparados sem os cuidados de higiene facilitam a proliferação dos diferentes tipos de poliovírus;
– lavar sempre as mãos, especialmente antes de preparar as refeições, de começar a comer e depois de usar o banheiro;
– estimular nas crianças pequenas a prática de hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos, só beber água tratada e verificar se utensílios de mesa e cozinha estão limpos antes de usá-los.
Importância da vacinação:
Em 1994, a região das Américas foi a primeira no mundo a ser certificada como livre da pólio. Essa conquista dos anos 1990 é relevante neste momento em que há apenas dois países – Paquistão e Afeganistão – onde o poliovírus selvagem ainda circula. Hoje, apenas um dos três tipos de poliovírus selvagem permanece ativo, e o mundo está pronto para dizer adeus à poliomielite.
O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP).
Até que a poliomielite seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, entre outras medidas.
Existem duas vacinas contra a poliomielite: a VPO-Sabin, ou vacina da gotinha, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. Deve ser aplicada aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade e até os 5 anos, as crianças devem receber doses de reforço anualmente. A outra é a vacina VIP ou Salk, administrada por via intramuscular, é indicada para pessoas expostas, com baixa imunidade, ou que viajarão para regiões onde o vírus ainda está ativo.
As vacinas contra a poliomielite foram desenvolvidas graças ao trabalho conjunto dos cientistas Jonas Salk e Albert Sabin, e dos que os antecederam nas primeiras pesquisas com vírus conduzidas a partir do início do século 20.
Fonte de pesquisa: https://www.rotary.org/pt – https://www.endpolio.org/pt – https://polioeradication-org.translate.goog/