“Oi filha, a mãe volta para casa hoje!” – foi com essa frase que Maria Ferreira, paciente internada com covid 19 no Hospital Municipal de Ipatinga, iniciou sua conversa remota com a filha. Em tratamento há mais de uma semana e, diante da impossibilidade de receber visitas presenciais, o contato com a família, por meio de um tablet, é uma forma de manter os laços com a vida fora da unidade hospitalar. A ligação de dona Maria, assim como as de outros pacientes assistidos por problemas com o coronavírus, só é possível por conta do esforço do hospital em buscar, mesmo nesse período de incertezas provocados pela doença, um atendimento humanizado.
Dona Maria tem muito a comemorar. Afinal, além de falar com filha logo pela manhã, ela recebeu alta e já poderá ir para casa. Um presente, já que nesta terça-feira (25), ela comemora mais um ano de vida. “Eu fui internada no dia 17 e foram dias muito difíceis. Agora, no dia do meu aniversário, estou recebendo essa alegria de poder receber alta. Só tenho a agradecer aos servidores do hospital, que além de cuidar de minha saúde sempre ligavam para minha filha e me ajudaram a superar esse momento muito difícil. Vou levar todo mundo no coração para sempre, é como ter uma vida nova”, contou, emocionada.
Micheline Sampaio, assistente social do Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM), descreve a ação de visitas remotas como uma necessidade para a manutenção do contato dos familiares com os pacientes.
“Desde o início da pandemia, era uma preocupação nossa este elo do paciente com a família. Temos de lembrar que num primeiro momento havia uma proibição completa. Então, com o passar do tempo nós trabalhamos para a criação de uma forma segura para criar um fluxo de contato entre o paciente e os familiares, além do compartilhamento do boletim médico diário. Neste sentido, já há alguns meses estamos realizando a visita virtual no caso da enfermaria. Nós abordamos o paciente e fazemos o contato com o familiar indicado, que recebe orientações em relação às regras. A partir daí, possibilitamos este contato remoto. É uma forma de garantir humanização no tratamento desses pacientes, que obviamente sentem a necessidade de contato com a família”, disse.
Para Carmelinda Lobato, médica infectologista do município, essa ação ajuda, sem dúvida alguma, no tratamento dos pacientes. “Está sendo uma medida muito importante, é um ganho, uma vez que esses pacientes precisam ficar afastados de suas famílias. Podemos sentir uma melhora no sentimento desses pacientes quando a eles é proporcionada a possibilidade desse contato com família”.
O hospital adotou ainda um protocolo para visitas presenciais nas UTI’s da Unidade. Todo o processo, além de acompanhado pelos servidores, segue rigorosa etiqueta sanitária.
“As visitas na UTI’s também estão ocorrendo. Na UTI geral, é possível fazê-las duas vezes por semana, às terças e quintas. São dadas todas as orientações necessárias para o paciente e o visitante. No caso da UTI covid, essa visita ocorre uma vez por semana, e elas também são supervisionadas. O prazo da visita é de 30 minutos por paciente”, informou e enfermeira da unidade, Cláudia Barbosa.
Acompanhantes
Após um trabalho conjunto da assistência social do Hospital com os grupos de controle de infecção e psicologia, também foi adotado um sistema para permitir acompanhantes de pacientes em casos especiais, nas enfermarias do hospital.
Esses acompanhantes ficam por 24 horas e recebem toda assistência de alimentação e orientações necessárias. Lembrando que esses casos são liberados somente após avaliação do corpo multidisciplinar.
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