ebastião Salgado convivia com as sequelas de uma malária adquirida na década de 1990, e, de acordo com amigos, os medicamentos deixaram de funcionar nos últimos anos. Ele vivia em Paris.
Em nota, o Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo, confirmou a notícia da morte: “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”.
Sebastião Salgado formou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo, entre 1964 e 1967. Ele abandonou a carreira de economista em 1973 para se dedicar ao fotojornalismo.
Atuou na Organização Internacional do Café, em Londres, onde realizava frequentes viagens à África. Em uma dessas viagens, usou pela primeira vez a câmera Leica de sua esposa, Lélia Wanick Salgado, e descobriu sua vocação para a fotografia.
Durante a Ditadura Militar no Brasil, Salgado e sua esposa participaram da resistência, mantendo contato com pessoas próximas a Carlos Marighella.
Em 1979, foi contratado pela agência Magnum e, em 1981, registrou o atentado contra o presidente Ronald Reagan, em Washington, imagens que tiveram ampla repercussão internacional.
Ao longo de sua carreira, colaborou com organizações como Unicef, ACNUR, OMS, Anistia Internacional e Médicos Sem Fronteiras, sempre pautando sua fotografia em causas sociais. Em parceria com sua esposa, criou um projeto de reflorestamento e revitalização comunitária em sua cidade natal, Aimorés.
Em 2017, tornou-se o primeiro brasileiro a integrar a Academia de Belas Artes da França, ocupando a cadeira número 1 destinada a fotógrafos. Sua trajetória foi retratada no documentário “O Sal da Terra” (2014), dirigido por seu filho Juliano Salgado, indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2015.
Em nota, o Instituto Terra, organização não-governamental fundada por Sebastião Salgado, confirmou a notícia da morte dele nesta sexta-feira. O fotógrafo convivia com as sequelas de uma malária adquirida na década de 1990, e, de acordo com amigos, os medicamentos deixaram de funcionar nos últimos anos.
A causa exata da morte não foi informada até o momento. Informações sobre velório e sepultamento também não foram divulgadas.
Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador.
Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.
Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa.
Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar.
Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre. Instituto Terra.
OPINIÃO DO EDITOR: Lamentamos o falecimento do companheiro Sebastião Salgado. Sebastião é meu conterrâneo, de Aimorés e convivi com ele em minha infância. Nossa idade tem uma diferença de apenas três meses. Salgado tornou-se famoso em sua profissão mas não esqueceu de sua cidade natal; Aimorés, no leste de Minas Gerais onde criou a ONG Instituto Terra.