O Grupo Teatral Boca de Cena comemora 37 anos com a estreia nacional do processo artístico “Os Cegos”, uma versão contemporânea do clássico de Michel Ghelderode, com direção, dramaturgia e adaptação realizada pelo conceituado diretor Marcio Abreu, direção musical e desenho sonoro de Felipe Storino, ambos da Cia. Brasileira de Teatro, de Curitiba e assistência de direção de Claudinei de Souza. A estreia acontece em três momentos, nos dias 21, 22 e 23 de dezembro, sempre às 20 horas, pela plataforma Sympla.
O espetáculo reúne um elenco de 12 artistas, vindos de várias cidades, selecionados por meio de uma curadoria montada pelo núcleo de direção. Como trata-se de um espetáculo com 4 atores, a estreia acontece em três dias distintos, cada dia com um elenco diferente. No dia 21 de dezembro em cena Matisael Lima (Ipatinga), Genário Neto (Salvador), Gabriela Felipe (São Paulo) e Arthur Barbosa (Belo Horizonte). O segundo dia, 22 de dezembro, Dio Heroro (São João del Rei), Camila Vaz (Timóteo), Ju Abreu (Belo Horizonte) e Jonathan Rodrigues (Aracaju). No último dia, 23 de dezembro, presença de Léo Coessens (Ipatinga), Gustavo Nascimento (Coronel Fabriciano), Marcia do Valle (Rio de Janeiro) e Wagner Alves (Wanira) de (Belo Horizonte).
A Montagem
Os Cegos é uma tragicomédia inspirada nas pinturas do artista belga-holandês Pieter Brueghel, O Velho, que provoca uma reflexão sobre a cegueira da alma humana e as inquietudes da vida. O diretor Marcio Abreu destaca que, junto com o diretor musical e desenho sonoro Felipe Storino, criou uma dramaturgia que absorve pensamentos e vozes plurais em diálogo com questões urgentes da nossa sociedade e inclui uma adaptação do texto original na elaboração de uma peça sonora, a ser transmitida virtualmente.
Segundo o diretor a montagem nos faz refletir sobre várias questões: “Quais são as nossas “cegueiras” no mundo atual? O que escolhemos ou somos impelidos a não enxergar? O que ou quem é invisível nas sociedades contemporâneas? Qual a importância do coletivo? Como cultivar consciências num mundo devorado por religiosidades fundamentalistas e manipulações distorcidas das informações? Em que acreditar? Que caminhos seguir? O convite é para a escuta e a ativação de um imaginário crítico repleto de humor e reflexão a partir do encontro com as vozes de 12 atrizes e atores numa composição sonora original”, considera Marcio.
A direção cênica e musical
MÁRCIO ABREU
O diretor Marcio Abreu é Fundador da Companhia Brasileira de Teatro, sediada em Curitiba, tem seu trabalho focado na articulação e criação de novas escritas para a cena e na interseção entre os diversos campos da arte, entre outras coisas. Desenvolve projetos de pesquisa e criação de dramaturgia própria, releitura de clássicos e encenação de autores contemporâneos inéditos no país. Recebeu inúmeros prêmios e indicações, entre eles o prêmio Bravo!, o prêmio Shell, o APCA, o prêmio Governador do Estado, no Paraná, o APTR e o Questão de Crítica.
Felipe Storino, responsável pela direção musical e desenho de som é compositor, músico e produtor musical, formado em Ciências Sociais na UFRJ/IFCS. Storino tem em seu currículo trilhas sonoras originais para os espetáculos de diversas Companhias de Teatro no Brasil como: Cia. Teatro Autônomo, Companhia Brasileira de Teatro, Aquela Cia de Teatro, onde desenvolveu um trabalho de continuidade na narrativa musical. O compositor trabalhou também com a Cia dos Atores, Grupo Galpão, Cia Pequod, Áreas Coletivo de Arte, Cia. Zeppelin, além de desenvolver diversas produções independentes.
O Grupo Teatral Boca de Cena
ELENCO DA PEÇA “OS CEGOS”
Fundando em Ipatinga, em 1983, o Boca de Cena vem desenvolvendo ações artísticas coletivas, como montagens cênicas, festivais, mostras, cursos livres, oficinas, entre outras, na Região do Vale do Aço. É um grupo que busca, por meio da pesquisa de linguagens, a experimentação e a incorporação das novas mídias e tecnologias, no desenvolvimento de um trabalho estético, voltado para o teatro contemporâneo, privilegiando sempre a performance do ator em cena.
De acordo com Claudinei de Souza, a partir de 2017 o Boca de Cena passou por um processo de repaginar suas ações e seus objetivos enquanto grupo artístico. Novas parcerias com diretores, dramaturgos, técnicos e artistas de vários estados brasileiros surgiram. Assim os novos trabalhos passaram a dialogar com uma diversidade maior de experiências e interferências culturais na criação artística, buscando com isso novos rumos, voltados para a projeção nacional de seus trabalhos cênicos e artísticos.