25 jan
Imagem: Usiminas

Reforma do alto-forno da Usiminas é o maior investimento empresarial em MG nesta gestão, diz Zema

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O governador de Minas, Romeu Zema, participou nesta quarta-feira (24) da cerimônia oficial da retomada do Alto-forno 3 da Usiminas, em Ipatinga, no Vale do Aço. O equipamento passou por reforma entre abril e novembro de 2023. Agora está entre um dos mais modernos do ocidente. A capacidade de produção é três milhões de toneladas de ferro-gusa por ano. Além do governador de Minas, a Usiminas recebeu o presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca, o presidente da Ternium, Maximo Vedoya, o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes, e de Santana do Paraíso, Bruno Morato, deputados federais e estaduais. Zema destacou que a reforma do Alto-forno 3 é o maior investimento feito por uma empresa em Minas Gerais nos últimos anos.

“É uma satisfação estarmos aqui em Ipatinga para comemorarmos aqui um dos maiores investimentos que nós tivemos em cinco anos da minha gestão: R$ 2,7 bilhões. A geração temporária de mais de 9 mil empregos, aumento da produção de aço e também redução da emissão de gases estufas. O que nós queremos é que a economia de minas fique cada vez mais competitiva e esse investimento aqui vem totalmente de encontro, maior produtividade e redução na emissão de gases”, ressaltou.

Para o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, o momento é de alegria para a siderúrgica, mas a operação do Alto-forno 3 não vai refletir em aumento de produção por conta da situação do mercado do aço no Brasil. Ou seja, a entrada do aço e de produtos manufaturados chineses no Brasil. Para Chara, uma concorrência desleal.
“O Alto-forno 3 é uma alegria, um objetivo e um orgulho. Orgulho da Usiminas, orgulho de todos os que colaboraram em uma obra de característica extraordinária, de uma complexidade, de uma magnitude. Nove mil pessoas trabalhando na obra, R$ 2,7 milhões investidos, ou seja, é extraordinário. E trazem todas as melhorias em termos de eficiência, condições de trabalho e competitividade. Hoje somos mais competitivos. O único tema que é algo que afeta o país inteiro é a importação de produtos que ingressam no país em condições de subsídio, em condições de concorrência desleal, isso, digamos, coloca em risco emprego e trabalho brasileiro. E nisso, é algo que inclui a região, claramente”, alertou.

Foto: Elvira Nascimento / Usiminas

A invasão de produtos chineses no mercado brasileiro também foi comentado durante a cerimônia pelo presidente da Techint, grupo controlador da Usiminas, Paolo Rocca, e por agentes políticos como o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes, e o governador de Minas Gerais. “Temos um problema sério hoje no Brasil: considero que o aço hoje está subtaxado. O Brasil precisava ter taxa de importação semelhante a outros países, como Argentina, México, Estados Unidos, para que o aço chinês, principalmente, não tome conta do mercado. Hoje nós temos sofrido com essa situação que eu já levei ao ministro da Indústria de Comércio, a FIEMG – a mesma coisa -, e nós estamos lutando para que essa questão seja solucionada”, pontuou.

Foto: Elvira Nascimento / Usiminas

No fim de 2023, a Usiminas paralisou a operação do Alto-forno 1, responsável por uma produção de 600 mil toneladas por ano. Segundo a siderúrgica, foi uma necessidade para se adequar ao mercado e para a empresa continuar competitiva. Segundo o presidente da Usiminas, com o desligamento do equipamento, cerca de 100 funcionários foram demitidos.
Marcelo Chara explicou que não é possível operar com os três altos-fornos a plena carga, porque essa quantidade toda de aço não pode ser colocada no mercado atualmente. “Estamos concorrendo com indústrias que exportam a nosso país em condição de subsídio. E não queremos subsídio, não quero subsídio em capital para investimento, não queremos subsídio em nenhuma classe de insumos, e, de fato, não temos. Mas se a condição de mercado faz com que ingresse produtos subsídios a preços artificialmente construídos, não tem mais remédio que reduzir a produção”, pontuou.
Pergunto sobre possibilidade de haver demissões, Marcelo Chara ponderou que as perspectivas sobre 2024 não são positivas nesse começo de ano. “Há fileiras de navios para entrar no país, e não param. Se isso não mudar, cada vez vai ser pior. Cada vez vai ser mais complicado manter os níveis de produção que temos na indústria. Infelizmente, isso repercute que cada vez vamos ter que contratar menos serviços, menos pessoas, e afeta o volume de produção”, alertou.

COM INFORMAÇÕES DA USIMINAS

Fonte: agencia ANVA