O segundo semestre iniciou com a melhora na geração de empregos formais no Brasil. Ao todo, mais de 131 mil vagas de trabalho foram criadas em julho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério da Economia na última sexta-feira (21/08). O resultado, considerado o melhor para o mês desde 2012, representa uma expansão de 14% nas admissões e uma queda de 2% nas demissões em relação a junho de 2020.
A tendência foi acompanhada por Minas Gerais, responsável pela abertura de 15.843 novos postos de trabalho formais. A alta do indicador foi puxada, principalmente, pela indústria (+5.676), construção (+5.205), comércio (2.995) e agropecuária (+2.136). O resultado também aponta a recuperação do emprego formal em todo o Estado, mesmo com as dificuldades provocadas pela pandemia.
A economista da Fecomércio MG, Bárbara Guimarães, explica que o cenário apontado pelo balanço reflete a recuperação de todos os setores da economia mineira. “O saldo na geração de empregos pode ser justificado pelo avanço das medidas de flexibilização das atividades empresariais. Porém, a reativação da economia ainda exige a adoção de iniciativas para a manutenção dos empregos, como a permissão para que todos os estabelecimentos voltem a funcionar.”
Ponto fora da curva
Apesar dos bons resultados, o setor de serviços apresentou saldo negativo em julho, registrando 169 vagas encerradas no Estado. “O setor foi um dos mais afetados durante a pandemia e suas atividades ainda não retornaram em sua totalidade, como aquelas ligadas à cultura, artes, educação e esportes. Além disso, a queda momentânea do poder de compra do consumidor atrapalhou a plena recuperação dos segmentos que o compõem” pontua Bárbara.
Já no acumulado do ano, Minas Gerais segue com uma retração de -102.243 no saldo de empregos formais. Porém, a agropecuária (+9.819) e a construção civil (5.385) permanecem com saldo positivo em 2020.
Cenário de recuperação em BH
Belo Horizonte também acompanhou a tendência de melhora apresentada pelo Estado e pelo país. Em julho, a capital mineira fechou com o saldo positivo na geração de empregos, somando 1.128 vagas. O principal destaque foi o setor de construção civil, que acumulou 2.223 novos postos de trabalho. Segundo Bárbara, como esse setor esteve na lista de atividades essenciais, ele conseguiu manter o bom ritmo de recuperação e colaborar para a abertura de novas vagas.
Ainda segundo o Caged, no acumulado do ano, a capital perdeu mais de 39 mil vagas de trabalho. Nesse período, os setores de comércio (-13.270) e serviços (-23.411) foram os mais afetados. “Apesar da flexibilização gradativa, muitos empresários ainda não conseguiram recuperar os prejuízos causados pela pandemia. Por isso, é fundamental que todos sigam rigorosamente os protocolos sanitários para a manutenção das atividades, pois uma nova regressão nas fases de reabertura em BH poderá agravar o cenário de desemprego”, alerta Bárbara.
Fonte: www.acontecendoonline.com.br