13 out
Imagem: ARQUIVO Unileste

Unileste recebe líder indígena Ailton Krenak no 4º Seminário de Educação

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Evento gratuito e aberto ao público propõe debate sobre preservação ambiental e protagonismo dos povos originários do Brasil. 

O Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste) realiza no dia 18 de outubro, a partir das 19 horas, a 4ª edição do Seminário de Educação, realizado pelo curso de Pedagogia. A programação on-line terá transmissão ao vivo pelo Youtube e será aberta a toda comunidade. Com o tema “Ideias para adiar o fim do mundo: que humanidade queremos ser?”, o evento contará com a participação e palestra do poeta, filósofo e ambientalista indígena Ailton Krenak. O tema do Seminário faz referência à obra do autor convidado, lançada em 2019, a qual aborda a relação dos povos indígenas com a terra, a casa comum, e o futuro da humanidade.

De acordo com a coordenadora do curso de Pedagogia do Unileste, Ma. Maria Aparecida de Souza Silva, a temática se faz necessária para apresentar e dar visibilidade a perspectiva dos povos originários sobre a apropriação e uso dos recursos naturais, além de promover a conscientização sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente. “Precisamos aprender com a população indígena a habitar a Terra de uma outra maneira, para construirmos uma humanidade mais empática e cuidadosa com a natureza”, afirma a coordenadora.

Ainda segundo Maria Aparecida, as instituições educativas têm papel fundamental na promoção de uma visão de mundo que reconheça a pluralidade de culturas existentes em nosso país e que estimulem o senso de urgência sobre as mudanças climáticas causadas pela ocupação da natureza de forma irresponsável. “O Brasil é diverso, e é preciso saber respeitar essas diferenças para construirmos um bom lar para todos. O Unileste reconhece essa responsabilidade e, por isso, organizamos esse momento de troca entre a nossa comunidade acadêmica, a população em geral e o mestre Ailton Krenak, que desde os anos 1980 luta pelos direitos indígenas e direitos da Terra”, conclui.

Ideias para adiar o fim do mundo  

Segundo relatório desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no ano de 2019, a ação do homem na natureza tem provocado poluição, mudanças climáticas e a perda da biodiversidade em um nível inaceitável, que colocará em risco a qualidade de vida da geração de hoje e de amanhã, além de levar outras espécies à extinção.

Na contramão do resto do planeta, o documento destaca que nas terras ocupadas pelos indígenas, os impactos negativos no meio ambiente são significativamente menores. Contudo, nesses locais, a urbanização, a ampliação da agricultura e da mineração representam uma ameaça às comunidades formadas pelos povos originários.

No livro Ideias para adiar o fim do mundoAilton Krenak – um dos maiores líderes indígenas do Brasil e ativista do movimento socioambiental – destaca a importância da relação de respeito entre os indígenas e a terra que habitam, e como o desenvolvimento sustentável, se adotado, preservaria a saúde ambiental, o bem-estar dos organismos e a conexão entre o homem e a Terra.

Essa e outras obras do autor, como os livros A vida não é útil e Caminhos para a cultura do bem-viver, foram estudadas durante o semestre pelo curso de Pedagogia. A partir do estudo, os estudantes refletiram sobre a importância da diversidade sociocultural para a construção dos saberes profissionais e experienciais na formação pedagógica. O objetivo foi analisar os conceitos e as concepções da cultura indígena, mais especificamente da etnia Krenak, bem como seus modos de olhar para humanidade em seus feitos contrários à vida na terra.

Sobre o palestrante 

Poeta, escritor e ambientalista, Ailton Alves Lacerda Krenak luta desde os anos 1980 pelos direitos indígenas. Em 1987 ganhou projeção ao discursar na Assembleia Nacional Constituinte durante a elaboração da Constituição de 1988, onde defendeu os artigos relacionados aos direitos indígenas e protestou, com o rosto pintado com a tinta preta do jenipapo, contra os retrocessos e ataques aos territórios e tradições indígenas. Em 2016, recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Ailton faz parte da etnia indígena Krenak, que possui comunidade em Minas Gerais, no Vale do Rio Doce – região geográfica onde está localizada a Região Metropolitana do Vale do Aço – e em outros estados brasileiros, como São Paulo e Mato Grosso. Os Krenak são conhecidos pelos botoques auriculares e labiais que os membros das comunidades usavam. Hoje, a utilização dos acessórios culturais é menos presente entre as gerações mais jovens.

Serviço 

4º Seminário de Educação do Unileste

Tema: Ideias para adiar o fim do mundo: que humanidade queremos ser?

Data: 18 de outubro (segunda-feira)

Horário: 19 horas

Local: Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=E3N09IfeiHs)

Mais informações em unileste.catolica.edu.br.

Fonte: Unileste